sexta-feira, 29 de abril de 2011

Neblina.

Na estranha névoa do amanhecer
Envolvida em pensamentos tenebrosos, quero perder-me….
Sim….
Perder-me em labirintos sem retorno, em silvados sem saída e perder-me…
Sim….
A luz não aparece, o dia não amanhece e eu quero perder-me….
Sim…
Morrer simplesmente, sem nada para pensar, quero perder-me
Sim…
 Nesta névoa envolvente a ela me entregar, quero perder-me
Sim…
Não sou deste mundo, sou apenas vagabundo, não quero mais chorar, quero perder-me
Sim…
Desistir de tudo e de nada, nesta nobre madrugada, quero perder-me
Porque não?
Se eu me entrego de corpo e alma e esta dor não acalma
Porque não?
Se apenas não sei viver, evitando este sofrer, quero apenas morrer
Porque não?
Seria a entrega total, ninguém me faria mal
Talvez  sim… me perca….porque não sei viver….


domingo, 17 de abril de 2011

Triste


Consome-me a tristeza
De querer e não saber
Tenho uma dor profunda
Que por vezes me inunda
E me faz enlouquecer
Dói-me a ignorância
De não conseguir transpor
Em frases bonitas
Toda a minha dor
Velhas mágoas de infância
E as marcas que guardei
Uma página em branco
Um livro que não fechei
Apesar de tudo...
Choro... Chorarei...
Por pena de só saber
O tão pouco que sei.


Entrelinhas


Encontrei-me, na pétala de uma rosa
No nascer de um novo dia
Num espinho que faz sangrar
No rosto de quem sofria.
Perdi-me, num por do sol inebriante
Na água que corre sem parar
No voo de uma gaivota
Que por entre nuvens cruza o mar.
Sozinha, sempre às voltas com as entrelinhas
Desfolho velhas páginas
Descubro pétalas perdidas
Palavras escritas, frases só minhas.
Recordo o voo de um condor
Voa baixo, bem baixinho…
Leva o imaginário ao meio da multidão
Desvanece a solidão…
De um pobre passarinho.
Tenho saudades…ó! Tantas…
Da lágrima que conseguia cair
Da emoção contida
Da névoa a imergir.
E porque hoje não choro?
-Sei lá, sei apenas que já não sinto
Tornei-me em não sei quem
Depois de percorrido determinado labirinto.
Ó vida louca a nossa…
Que nos consegue surpreender
Descobrindo simplesmente
Que a felicidade está no sofrer.
A mágoa dói sem se ver
Transporta-nos para a solidão
Acompanha-nos dia e noite
Como esfinges de vidro fere o coração






14 de abril

Mudou.... Foi fim de semana, mas ainda assim não  sosseguei. A partida sem despedida, o trivial na conversa , nada de partilha. Não  estou h...