Qual é o limite ente a loucura e a sanidade mental,
pergunto-me com frequência. A existência da nossa vida trama-nos, coloca-nos em
labirintos em que o retorno é quase uma tarefa impossível. Por vezes tenho dias
que coagi-to a minha própria existência, em que o meu viver não faz sentido, em
que o som da minha voz já não entoa, porque se perde na falta de capacidade de resiliência.
Sou tudo e sou nada. Sou sonho intemporal, que se perda na realidade da vida.
Sou mãe, filha, esposa, mas nada faz sentido, o meu desígnio não é comprido, a
minha vontade não passa de utopia. As minhas ideias e Ideais não passam de
loucuras aos olhos dos outros, e os meus medos assolam-me. Não quero este
sentir, não quero este viver, mas é tarde, tão tarde, e eu não tenho força. Os
sonhos perdem-se, as ideias desvanecem e o meu eu deixou de existir em toca de
um mundo perfeito. Já não ganho batalhas, as guerras já não são um fim,
simplesmente um acomodar. Vivo. Vivo uma vida que não sonhei, porque os meus ideais
perdi-os. As minhas vontades não são prioridades, os meus sonhos vão sendo
apagados. Já não tenho capacidade. Já não sei quem sou, nem sequer porque vivo.
A ideia dita cobarde por alguns, voltou, e vai me acompanhando cada vez que me
sinto mais inútil e imprestável…. Há uma linha que separa a loucura da sanidade
mental, mas não a consigo ver……sinal que estou louca.
sexta-feira, 2 de novembro de 2012
A vida
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