quinta-feira, 28 de novembro de 2024

Rabiscos

Escrevo... apago... escrevo... deito fora...
Perdi o toque! A vontade! A magia...
O que tinha de mais precioso e meu...
Perdi-o... O que me dava força morreu...

As palavras que me soltavam os sentimentos,
perderam-se nos meus mais negros momentos,
Já não me soam a nada... Nem a Cântico de Fada
ou cantilena de Bruxa que a maldade puxa...

Com a tristeza, amargura, esvai-se a minha cândura...
Mesmo em noites de mar revolto,
Onde afogo o meu maior desgosto,
Já nem as ondas me revelam o brilho das letras...
Até isso fui perdendo... A seu tempo...

É com mágoa que me desfaço em água...
A de não querer, conseguir ou sequer sentir
o que antes adorava... a minha escrita sagrada...
Solidão profunda... A de não as ler como antes...

Rimas sempre as fiz, coordenar as palavras também...
Mas sempre com alma! A que agora me falta!
Os gritos que elas abafaram e que nunca os dei,
As desilusões que nunca contei,
Os sonhos que com elas pintei,
Os pesadelos com quem elas assustei,
Os mundos que escondi e a elas dei...
Todas elas estão vazias... ôcas... perdidas... 

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