domingo, 20 de novembro de 2022

Queda

Queda

Folha de Outono que cai...
Brisa que a pele alisa em jeito brando...
Como se entoasse um doce e venenoso canto...
O que na Natureza se produz, não retrai...

Ténue, frágil, quase sem se dar por isso
assim ela cai e se quebra o seu feitiço...
Sózinha, desprovida de espólios ou bagagens,
Assim vai observando as suas margens...

Olhos cerrados na sua viagem, vidrados
e cansados, parcos na sua coragem...
Vão soltando como que gotas de orvalho,
Fruto da sua luta, cansaço, infrutifero trabalho...

Uma entre tantas folhas de Outono, apenas vai caindo,
Abraçou o sol, sorriu perante um beijo dado por baixo de si,
Vibrou com veemência na luz que incidiu sobre si,
As cores foi perdendo e do seu útero foi saindo...

Queda vertiginosa, de todo saborosa,
mas necessária ao equilibrio...O que lhe é exigido...
Jaz no chão,pintada em tons de solidão...
Prostada num canto qualquer, o que ninguém quer...

Agradeçeu a dádiva, foi importante...
Mesmo que não se tenha dado como notada...
Fez parte do circulo, teve o seu tempo, viveu...
Folha de Outono que nasceu vibrante...
Pela vida cuidada, abraçada e assim permaneceu encantada...
Mas o seu tempo chegou, e como uma pluma desfaleceu...

A vida

Aos poucos as rotinas mudam, o telefone fica em silêncio.  Horas e horas a fio à  espera que uma voz diga 'olá '. Perde se o tempo e...