sexta-feira, 27 de outubro de 2017

Adeus....


Fecho os olhos rasos de água, purificados pela dor que me trespassa.

Ouço as tuas palavras que me alimentam a alma, que me fazem levitar e querer viver mais para te sentir. Sinto o teu abraço, aquele abraço que devia ser meu, que me aconchega e faz sentir em casa, mas, há sempre um mas….

Rapidamente te ouço dizer não, inventas palavras, desculpas como se aquilo que eu estava a sentir fosse o maior dos males. Ouvi-te sem te ouvir, olhei-te e mal te vi. Eu só queria parar o tempo no nosso abraço, só te queria tocar sem reservas, mas não podia. Tu não querias. Doeu. Dói sem reservas, sem aviso ou piedade. Eu não devia sentir-me assim, já não sou jovem e sei lidar com ausências. Sim, as tais que não me alimentam, as tais que me fizeram quem sou hoje, mas eu ousei sentir novamente, ousei fechar os olhos e imaginar-nos a descobrir a essência da Paixão. Aqueles beijos que trocamos na nossa rua escura, que guardei e sempre comparei, foram e serão o meu porto seguro, os que eu quero para me alimentar.

Fui traída pelo destino mais uma vez, porque sim, porque me iludi, porque eu acho que só devemos ser fieis a nós próprios, ás nossas vontades e sentimentos, porque a vida é nossa e as transversais são só nossas, tao nossas como a pele e o ar que respiramos. Mas eu não estou certa pensas, porque as pessoas a vida e os astros não concordam com o que é só meu…..porra, eu só te queria sentir….  

Eu não te queria roubar a vida, eu não me queria matar numa reta sem travões. Só queria olhar para o lado e abraçar te, sentir a tua respiração ofegante junto do meu pescoço e bem devagarinho perder-me em ti e ousar sentir.

Coloquei a chaleira a ferver, fiz o chá que aprecio e sentada neste cadeirão deslizo os dedos pelo teclado enquanto revejo o momento, e lentamente te perco….

Sou nada nesta vida, faço tudo, invento horas, mas o que realmente importa e não consigo ter….

Abraço-te no silencio da noite, num Adeus profundo, porque a vida não nos permite um ate já.  Entrego-te o meu sentir selado com lagrimas salgadas, para guardares no livro da memória, e quando eu já não estiver ca, terás sempre a certeza que eu fui tua sem ser……

Haverá...

Haverá sempre quem não entenda Haverá sempre quem goste de opinar Haverá sempre formas de destorcer Haverá sempre gente boa Haverá sempre ge...