E que sensibilidade....!
Estou a dias de fazer 59 anos e nunca me senti tão frágil, vulnerável, impotente. Não sei que fazer da vida. Sei o que fazer na vida, que é dormir, acordar, trabalhar, fazer o melhor que posso e sei com a casa, ser uma mãe presente, esposa ausente, filha ausente, irmã ausente. Vou retribuindo com que me dão. Vou cumprindo um papel de boa cidadã, mas não de boa pessoa. Sinto, sinto isso. A vida segue e a rotina não melhora a saúde física, muito menos a mental.
Agora o que fazer da vida é um dilema abstrato e doloroso. Doloroso por doi e a dor mata e corroi. Doloroso, porque me olho ao espelho e transformei me numa dificiente. Uma dificience física, parecida com o corcunda de Notre Dame. Estou assim. Já não consigo ter postura, ja não gosto de me ver ao espelho, já não gosto de me ver vestida, tão pouco acampanhar ou estar acompanhada. Dói-me a minha dor, a minha tristeza, mas doi me saber que será sempre a piorar. Corro para contrariar, sacrifico me para melhorar e nada resulta, nada me trás luz no fundo do túnel. Trabalho para piorar, mas sobretudo para ganhar dinheiro para me tratar, para o declínio não ser tão rápido.
Um pau de dois bicos a puta da vida.
Tinha sonhos, vão morrendo e resta me viver através dos meus filhos .
Quero fazer esta última viagem, quero tirar fotografias, muitas fotografias, porque não conheço e um desejo de juventudo pode ser realidade. Sinto que será a última, pouco mais posso. Passarei a viver nas palavras que escrevo, na vida dos outros, não na minha.
Desapareço por dentro e contínuo por fora até não depender de ninguém.
Choro, quando escrevo
Desabafo e silencío
Serei apenas sofredora
Neste vida por um fio
O mundo assim quiz
Que me tornasse deficiente
Por algum mal que fiz
Nesta vida a outra gente.
Serei mágoa
Em dias de temporal
Serei lágrimas
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