MARIA (CHEIA DE GRAÇA)
Maria sabe que não é bonita, , mas tem graça, que é por vezes estranha,
Duma forma que nem sempre se entranha, por ser do contra e ter coragem,
por ser diferente, por se reinventar, sem se adaptar, todos os dias sem excepção,
nas regras que ela própria faz, que ela própria inventa e segue,
em tudo o que o seu coração lhe diz que deve ser feito e ela faz,
Maria vive num mundo à parte, com todas as cores com que ela o pinta,
Um mundo menos sofrido, mais alegre, onde o amor existe e é verdadeiro,
Como um arco íris de esperança, de fé, de sonhos que nela nunca ganham pó,
E no canto do olhar tem um brilho, de braço dado com um sorriso imenso,
um não sei quê que causa a quem a vê um misto de embaraço, capaz de viciar,
Que desperta a inspiração e alimenta a vontade de querer sempre mais e mais,
Porque Maria é genuína, é desejo, vida que apetece viver e descobrir,
Porque Maria foi em tempos esculpida no mármore da intensidade,
no desapego às normas nas mãos de um artista ébrio, porque Maria é luz,
num universo a preto e branco, de sombras despidas de corpo e sorrisos fingidos,
convenientes, transviados, envergonhados de quem quer e não sabe.
Maria não tem vergonha, é transparente, contagiante, provocante
e até maliciosa no gosto de fazer corar essa gente adormecida de tanta sensatez,
E mesmo sem ser bonita, tem Maria a graça que mais nenhuma outra tem.
Sem comentários:
Enviar um comentário