Como eu almejar ser feliz totalmente. Como posso eu dormir um sono tranquilo quando à minha beira chegam revelações que não são novidade, mas que são pormenores de novidades. Coisas más, coisas que doiem.
Pergunto me: como poderam odiar me tanto desde o meu primeiro dia de vida? Como se consegue amar assim uma filha odiando se?
Tenho tantas perguntas, pelas quais já não busco respostas, porque o peso fiel da balança partiu e eu já não farei guerras por metade.
Serei eu malvada, culpada, ou ingrata?
Preciso desabafar, escrever, porque me dói tudo, sinto que deve estar a chegar a minha hora, as angústias são tremendas, o cansaço físico limita a minha resiliência. Já não sou forte, já não sou a guerreira de outrora que se perdeu e partiu em trabalhos desajustados a idade. Já não o furacão que levava tudo pela frente e comprava guerras e batalhas, causas que eu julgava justas. Hoje não sou nada, sou só o ser cansado, dorido e carente, que já não tem luz nos olhos nem gargalhadas sonoras.
Perdi o meu pai e isso também me fragelizou, neste momento há um amontoado de sentimentos perdidos à luz das estrelas ao som da leve brisa do ar da Beira.
Choro, mas já não sei porquê, ou por quem, se a saudade se abeira, se a ausência de mim me mata aos poucos. Já não sei porquê, já não sei porquê..
Hoje fui ao cemitério fazer uma pergunta ao meu pai, preciso de respostas, preciso saber o porquê de tanta mentira, de tanto ódio, ou se é só a forma de ser desviada, de um ser como eu.
Preciso saber....
Sei uma coisa, se eu morrer hoje, morrerei revoltada, se eu morrer amanha a dor continua e dilaceram me, mata me aos poucos, mas também sei, que, se tiver tempo de pedir explicações poderá ser o corte radical do cordão humbilical..
Preciso de respostas meu pai, preciso saber, é também sei que o pai era o único nesta equação que não me mentia, embora coroborasse.
Vou esperar....
Vou perguntar ao tempo e afundar me num mundo submerso de duvidas que me envenena as entranhas...
Não, não sou boa pessoa, já não dou a outra face, já não quero paz podre, que verdades, quero ir ao fundo antes que seja tarde de mais...
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