ENIGMA
Sou como você me vê:
As vezes tempestade,
As vezes brisa e calmaria;
Um livro que não se lê.
Um barco perdido,
Levado pela correnteza.
As vezes atracado,
As vezes à deriva.
Sou um certo verso instável
De um poema mal acabado,
Com tempero obrigatório.
Um resíduo inexplicável
Deste mundo ilusório.
Sou um grão na imensidão;
Sou semente germinada
E não fui plantada em vão.
E, como a grande maioria,
Sinto na pele a agonia
Moldando minhas faces.
Sou a que fica indignada,
A que olha de lado
Aquilo que não agrada;
A que sofre e chega às lágrimas,
A que se fecha,
Enigmática...
Sou como muitos
E, mesmo assim,
Sou única
Em mim!
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