Estou cansada… tão cansada, não sei se de viver de
trabalhar, pensar ou sofrer.
Sinto-me vazia, os ecos do desejo, já não os ouço, perdi essa capacidade. A
vontade de subir montanhas e gritar bem alto para ouvir o retorno
desmoronou-se. A magia das cores do acordar perderam os tons, e o anseio de
gotas de água límpidas transformou-se em líquido barrento. Meu Deus! Não quero
morrer comigo, não vislumbro vida num sinal singelo, mas não quero morrer sem
dizer adeus. Partir sem deixar saudades, partir sem que, uma única linha se
identifique comigo. Não. Não tenho tempo. O Tempo foge-me por entre os dedos,
as palavras límpidas e lucidas não correspondem á vontade dos outros.(….) E eu
quero que os outros gostem. Eu não sou ninguém. Ser sem razão, energúmeno sem princípios,
sem vontades sem sonhos. Sim, porque os sonhos morrem quando não os alimentamos
e eu sou uma pedinte. Ser singular, irregular, sem vontade própria, porque só
uma importa….ser feliz. Incompetente, incapaz e ridícula. Nem isso consegui.
Estou tão cansada da solidão, da falta de um sim ou de um
não. Cansada de me amparar, porque nunca tive esse privilégio, ser amparada,
ouvida, apoiada. Reconheço a minha culpa. A minha independência foi paga a
preço de diamante. Desvalorizou, não vale nada. Não valho nada.
Quem sabe, talvez alguns momentos para reflexão e uma autovalorização resolva o problema. Já pensou nisso?
ResponderEliminarBeijos e muita paz para ti e para os teus.
Furtado.