Como posso ver
sem te sonhar, como posso esquecer sem te ter…?Perguntas, reticencias, sinais
sem sentido neste sentido da vida. Ouso desobedecer á vontade, vislumbro luz…eu
sei que é ofusca e o brilho desapareceu. Não quero, não pretendo contrariar a
razão, porque a verdade diz não. Sou o ser que não aparece, que não deixa
marcas nem vontades, sou noite que não amanhece nem nas tempestades, nem em
realidades.
Escondi-me
de mim, não quero ver quem sou, porque me envergonho…entristeço…sou o ser que
me magoou. Lagrimas deslizam em desalinho num compasso sem retorno alinhado,
marcam páginas do meu pergaminho em ânforas bem guardado.
Como posso
ver sem te sonhar, mato o sonho, risco vontades, escrevo silêncios, aceito realidades?
Diz-me tu como faço….Tranco o ar, abro torneiras, fecho a estrada, arranjo
fronteiras?
Sinais…
Apenas sinais
num simples e velho vidro, não em belos vitrais. Transparência límpida de uma
realidade apenas, um reflexo presente duma saudade persistente e de uma vontade
ausente.