Diz-me, amor, se te pertenço,
Conta-me a beleza do teu sonho eleito,
Aninha-me em tuas palavras, junto ao teu colo.
Arranca-me suspiros amor…suavemente junto ao peito.
Conta-me…mostra-me a luz, neste verso embriagado,
Num arabesco fantástico…presumo,
Em gestos…ao som dum ritmo descompassado.
Encontras-me em mastros sem velas,
Em brisa leve, ou temporais,
Em rabiscos de aguarelas,
Num copo, num toque ou num banho de sais.
Suspiros dum sonho sonhado,
Entregues numas mãos de raça,
Num enleio onde já não sei quem sou,
Se vivo, se morro ou o amor que passa.
Sonha-me em veludo…com lindos laços de cetim,
Numa tarde de Outono…dois corpos em abandono,
Pétalas no chão, perfumam o coração…bálsamo para mim.
E aquela estrada…miragem…que nos leva ao sabor do vento
Pálidas sedas encharcadas, com gotas de suor e saudade
Sensações que são, alentam…o gosto…a liberdade.