quinta-feira, 25 de setembro de 2025

Silêncio

Às vezes, é bom sair de cena. Sentar na plateia. Ser o espectador de todos os que nos rodeiam. Foi o que eu fiz. Observei, com cuidado, os que mereciam minha empatia. Os que mereciam minha amizade. Meu respeito. Meu escândalo, quando necessário. E, com ainda mais cautela, observei os que só mereciam o meu silêncio.
E foram muitos.
Não é o desprezo,
nem o mau desejo.
Muito menos vingança.
Mas o silêncio.
Apenas.

filho

Um dia, já não vais caber no meu colo
Um dia, já não me vais chamar à noite
Um dia, já não vais perguntar-me Porquê
Um dia, serás tu a dizer Logo se vê
Quanto mais cresces, mais o tempo encolhe
E eu fecharei os olhos para melhor te ver
Quando a distância souber a saudades
Não há amor maior
Até o sol vem espreitar
Fingimos que não o vemos ali atrás
Mas vem aprender como se faz
Como só o coração de mãe sabe aquecer…

segunda-feira, 8 de setembro de 2025

Quero...

Quero ...
ser tempero
Sabor agridoce
Compota de ameixa
Mar salgado 
Chuva cristalina
Pé na areia
Gelado que derrete
Sonho da noite
De um Céu estrelado
Raio da manhã 
Bucólica tarde cor de fogo

Quero...
Quero deixar saudades
Em letras que não desaparecem
Em fados que não morrem
Em cartas que guardei
Gavetas cheias
De papeis que não rasguei
Canetas que secaram
De tanto que usei

Quero...
Viver para alem da vida
Nas amizades que cultivei
Nas partilhas que consenti 
Nas confidências que guardei 
São...
As estrelas cúmplices
Das lágrimas que derramei
No silêncio da noite
Em sonhos que sonhei... 

Maria Clara

quarta-feira, 3 de setembro de 2025

Mar

A calma que o mar transmite, trava a tempestade dos pensamentos. A todos que aproveitam alguns momentos de sossego merecido, aproveitem muito bem e registem a magia das corres, as notas do mar e a luz do sol. Mistura perfeita de equilíbrio e sintonia.

Outono

E quando chega o Outono, depois de tantos Outonos, percebemos que temos que começar a arrumar gavetas. É uma tarefa difícil, mas necessária, é misturar o agridoce com sal e juntar a pimenta no papel envelhecido e amarelado.
É altura de riscar vírgulas em parágrafos longos e somar antes de subtrair.
Arrumar gavetas num Outono de tantos e seguir numa linha com interrogações e esperar pelas esclamacoes.
As folhas caiem, os zumbidos do vento são velhas melodias sem notas falsas, e a dança das palavras volta numa gaveta desarrumada.
É Outono, altura de arrumar gavetas....

Maria Clara.

a vida

A vida dilui se na imensidão da beleza. E o tempo passa... A vida passa... Somos apenas meros caminheiros de uma vida efémera.... ...